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27 de julho de 2011

A escrita da História na Primeira República

Retirado de: www.ufop.br.


"Professor da UFOP estuda a escrita da História na Primeira República

As questões da escrita e as formas de consciência histórica no Brasil da primeira República são o foco dos estudos em historiografia brasileira coordenados pelo professor Dr. Fernando Felizardo Nicolazzi.

Desde 2008, o professor do Departamento de História (DEHIS) da Universidade Federal de Ouro Preto (UFOP) elabora uma reflexão em torno da obra de autores considerados “intérpretes do Brasil”, cujas características de escrita comumente os colocam ligados ao gênero chamado “ensaio histórico”, considerado por muitos historiadores impreciso e ambíguo.

De acordo com Fernando Nicolazzi, um dos maiores desafios desse tipo de pesquisa é a investigação dos registros: “É a fase em que se tenta perceber os princípios norteadores desta forma discursiva, que não mais obedece aos parâmetros definidos pela historiografia do século XIX, tampouco se constitui ainda pelas modalidades de escrita próprias da tradição universitária brasileira, que passa a se institucionalizar a partir dos anos 1930”, explica.

Esse exercício analítico da pesquisa é uma continuação do tema geral tratado na tese de doutorado do professor, que em 2010 ganhou primeiro lugar no 2º Prêmio Manoel Luiz Salgado Guimarães, com o título Um estilo de história: a viagem, a memória, o ensaio. Sobre Casa-grande & senzala e a representação do passado.

A investigação se insere em debate mais amplo, que envolve os demais professores do Núcleo de História da Historiografia e Modernidade (NEHM), vinculado ao DEHIS. Para Nicolazzi, uma das principais contribuições da pesquisa é estudar com outro viés a produção de autores que constituíram, ao longo do século XX, uma espécie de cânone na interpretação histórica do Brasil: “Normalmente enfocados a partir da ótica do ‘pensamento social brasileiro’, esta pesquisa procura pensar os mecanismos de investigação utilizados por tais autores, além de enfatizar a dimensão discursiva da sua produção”. Nesse sentido, a pesquisa reforça uma das mais importantes linhas de atuação do Programa de Pós-graduação em História da UFOP: a reflexão em história da historiografia no Brasil.

Além do professor Nicolazzi, o projeto conta com a participação de três pesquisadores que estão concluindo a graduação na UFOP, e que foram bolsistas de iniciação científica na Universidade: Piero Di Cristo Detoni, Tatiana Mol Gonçalves, Dalton Sanches, premiado com menções honrosas nos Salões de Iniciação Científica da UFOP em 2009 e em 2010, além do bolsista voluntário, Clayton José Ferreira.

Entre os dias 22 e 25 de agosto, Piero e Dalton participam do 5º Seminário Nacional de História da Historiografia, que será sediado no Instituto de Ciências Humanas e Sociais (ICHS), em Mariana, MG. De acordo com o professor Nicolazzi, as pesquisas em iniciação científica contribuem para criar condições de formação de pesquisadores nas mais diferentes áreas do saber, estimulando a articulação entre o ensino e a pesquisa, uma das principais contribuições das universidades federais no Brasil: “Elas permitem estabelecer um elo mais forte dos estudantes com a própria instituição universitária, em suas mais variadas dimensões, desde a graduação, até a pós-graduação, nas pesquisas, sistema de bibliotecas, núcleos de investigação etc”, conclui.
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O texto, na íntegra, da tese Um estilo de história: a viagem, a memória, o ensaio. Sobre Casa-grande & senzala e a representação do passado pode ser acessado clicando aqui.

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