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22 de agosto de 2011

21/08/2011 6:00 (Jornal Correio)

Projeto De Mala e Cuia explora a história de Uberlândia

Thaïs Tormin pretende, com o projeto, educar para valorizar o patrimônio histórico


Não é raro a Redação do CORREIO de Uberlândia receber ligações de pais e alunos do ensino fundamental com alguma pergunta sobre a fundação de Uberlândia. No mês de aniversário da cidade, um projeto pode ajudar esses pais e alunos. Fotos antigas, brinquedos de décadas passadas e utensílios para o lar, como o telefone e a candeia (lâmpada a óleo de mamona usada anos atrás), vêm contando a história de Uberlândia de um jeito diferente nas instituições de ensino da cidade e da região por meio do projeto De Mala e Cuia, do Museu Municipal. A ideia é levar objetos antigos doados e do acervo do Museu em uma mala, para que os alunos tenham contato com o passado e para que aprendam como lidar com o patrimônio histórico.

O trabalho teve a sua primeira atividade realizada na cidade em 2007. Mas a inspiração surgiu quando alguns educadores do Museu foram até o Rio de Janeiro e conheceram um projeto semelhante. Aqui uma nova roupagem foi dada e as cantigas, poemas e afins, que carregavam a mala carioca, foram substituídos por uma cultura palpável.

Interação

A atual administradora do Museu Municipal de Uberlândia, Thaïs Tormin, já lecionou História e afirma que o projeto De Mala e Cuia promove a interação dos alunos com os objetos que remetem ao passado. “Ele vai tocar o objeto e estar próximo dele. A proximidade com o objeto traz a proximidade com a história.” Ela disse ainda que as embalagens criadas para proteger os artefatos já servem de lição para as crianças, pois elas incitam a “educação patrimonial” de respeito e preservação. Além disso, a noção de evolução faz parte dos propósitos. “É também relação entre passado, presente e futuro. Tem que despertar neles [alunos] o processo que levou à evolução dos objetos e ainda propor criar um novo.”

Segundo Thaïs Tormin, algumas mudanças tiveram de acontecer para aprimorar o projeto. “Antes, os professores buscavam a mala. Agora, além de termos duas malas, uma com 20 e outra com 16 peças, elas vão até as escolas e lá o professor recebe orientações de alguém do Museu.” Quem repassa as informações referidas pela administradora é a técnica em conservação e restauração Marília de Paula Freire. De acordo com ela, o modo como era realizado o De Mala e Cuia não favorecia seu crescimento, e a mudança trouxe resultados. Na primeira visita da técnica à Escola Municipal Amanda Carneiro, os professores ficaram empolgados, até mesmo os de outras séries, já que o projeto se destina ao 4º ano do ensino fundamental.

Peças antigas podem ser recuperadas

A preocupação com a segurança das crianças caminha na mesma via da preservação dos objetos do De Mala e Cuia. Um dos cuidados da equipe à frente do projeto é levar objetos que não machuquem as crianças. Outro ponto é a resistência, na mala não vai nada que quebre e os objetos mais antigos são protegidos. Caso algum acidente aconteça, essas peças podem ser recuperadas ou substituídas por semelhantes.

Marília de Paula Freire trabalhou na restauração dos objetos da mala


Documentação servirá para museu

Os frutos do projeto De Mala e Cuia em Uberlândia, segundo Thaïs Tormin e Marília de Paula Freire, serão documentados. O processo faz parte da política do Museu Municipal, mas ele não será o único beneficiado. Os trabalhos desenvolvidos pelos alunos, como jogos, desenhos e redações, servirão para dar continuidade ao projeto. “Para nós, é importante que seja documentado, é uma pesquisa de campo. Dá para saber como eles veem a cidade”, afirmou Marília de Paula. No que se refere a uma outra etapa, Thaïs Tormin afirma que os alunos participantes no próximo ano poderão ter acesso ao que foi produzido neste e, assim, auxiliar no trabalho desenvolvido.

De Mala e Cuia

Público
Qualquer instituição de ensino pode solicitar a mala, mas o público-alvo, que tem prioridade na agenda, são os alunos do 4º ano do ensino fundamental.

Período
A mala fica por dez dias em cada instituição.

Como funciona?
A instituição de ensino deve conhecer o projeto e solicitar a mala.

Depois de assinar o termo de compromisso, as instituições recebem a mala, acompanhada por um profissional do museu.

O profissional orienta os professores sobre as possíveis atividades a serem desenvolvidas em dez dias.

Na sala de aula, os professores trabalham com as crianças.

Os alunos desenvolvem trabalhos que dão continuidade ao projeto

Os professores documentam os resultados e repassam para o Museu Municipal.

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